sexta-feira, julho 30, 2004

Evolução II

Eu acredito na evolução em um sentido diferente do qual se entende por aí, por exemplo, com o passar das gerações a espécie "águia" pode ir melhorando a visão por que facilita a sua caça, ainda mais, certas espécies de pássaros que hoje mergulham na água muito bem podem ter evoluido de pássaros que não mergulhava tão bem em eras passadas e assim por diante.

O que eu não consigo conceber (e olha que minha capacidade de imaginação/abstração não é pequena) é que um animal sem olho possa evoluir em um animal com olho e que um espécie de pássaro desenvolva um orgão complexo necessário a respiração dentro da água.

Por que acho que se uma espécie sem olho precisasse desenvover um olho para sobreviver ela desapareceria antes e se uma espécie de passáro precisasse desenvolver órgãos necessários a respiração dentro da água para sobreviver essa mesma espécie desapareceria antes.

Por que eu não vejo esse tipo de evolução (a radical de uma espécie para outra) hoje em dia. Atualmente eu não encontro uma única espécie intermediária entre um ser que não tem olho e um ser que tem olho, até por que eu não conheço algo como meio olho ou quase olho.

Por que eu não vejo por que, um macaco por exemplo, iria querer se indagar sobre a existência de Deus, o sentido da sua vida, por ele mesmo é o que é simplesmente por que isso não confere a ele uma capacidade maior de conseguir alimentos nem tampouco, mais macaquinhas se interessariam em procriar com ele pela sua sinceridade intelectual.

Em suma, assim como o Karel, acredito que existe uma evolução imediatamente constatável pela realidae e outra (a radical) não passa, a meu ver, de uma especulação abstrata.



Esse foi o segundo comentário que eu adicionei na mesma discussão do orkut.

quinta-feira, julho 29, 2004

Evolução

Fui ateu boa parte da vida e primeiramente engoli a Evolução absoluta, isto é, a idolatria ingênua de que a matéria é o deus e ela por si mesma se cria e se aperfeiçoa por "vontade própria".

Num segundo estágio, Deus já tinha me derrubado do pedestal da infeliz soberba ateísta, eu vi que a Evolução, onde Deus inicialmente provê a matéria de uma capacidade de "procurar" o que ela nem sabe que precisa ao acaso e assim evoluir não contradizia a Magnanimidade de Deus.

No entanto, meu pensamento foi "evoluindo" :) e comecei a conceber que a segunda opção é anti-científica, pois parte do pressuposto que a matéria foi dotada por Deus do dom de realizar milagres e isto, de acordo com a física moderna(sub-atômica) experimental, nunca foi constatado.

A probabilidade de que as reações químicas (inorgânicas) conhecidas realizadas repetidas vezes entre os elementos químicos conhecidos a uma taxa de milhões por segundo leve a uma forma de vida por mais simples que seja (um vírus simples, digamos), que no entanto contenha um forma extremamente simplificada de DNA, é tão plausível quanto de que saia um pentium 4 (chip com mais de 10 milhões de transistores) da conexão aleatória entre seus componentes. É como se ao colocarmos uma tropa de polvos aos instrumentos de uma orquestra para que toquem simultaneamente e aleatoriamente durante bilhões de anos um dia, ao acaso, estaremos escutando a 9o sinfonia de Beethoven.

Acho que se exige muito da capacidade da abstração para se conceber a Evolução.

Entendo que enquanto os cientistas não acham coisa melhor vão usando isso aí.

Mas entendo também que para haver real progresso científico é preciso procurar uma forma mais razoável de ver a Criação.

Paz e Bem a todos,


Pus esse comentário em um debate sobre Evolucionismo em uma comunidade do orkut.

terça-feira, julho 27, 2004

Chesterton II

"Properly speaking, of course, there is no such thing as a return to nature, because there is no such thing as a departure from it. The phrase reminds one of the slightly intoxicated gentleman who gets up in his own dining room and declares firmly that he must be getting home."

"A man imagines a happy marriage as a marriage of love; even if he makes fun of marriages that are without love, or feels sorry for lovers who are without marriage."

"Most modern freedom is at root fear. It is not so much that we are too bold to endure rules; it is rather that we are too timid to endure responsibilities."


(Chesterton)

Deu pra notar que eu sou fã do Chesterton? com o tempo vem mais coisa dele.

quinta-feira, julho 22, 2004

Por que o mal?

Na comunidade dos católicos no orkut, um cara abriu esse tópico --que a muito acho fascinante-- para discussão pública . Por que existe o mal?

Gostaria de saber de você o que acha disso. Existe um por que? e se existe qual é?

Transcrevo a seguir o que eu postei com o título Um grande bem, uma grande responsabilidade para contribuir com debate do orkut.


É possível amar se não há liberdade? Não, não é mesmo?

Amar é escolher livremente querer o Bem de alguém. É preciso ser perfeitamente livre para, ao se conhecer uma pessoa (ou A Pessoa), escolher amá-la ou não, pois, se fosse automático não seria amor.

Deus criou seres livres.A liberdade é um grande privilégio, no entanto, carrega consigo uma grande responsabilidade por que não há decisões neutras: ou vc se afasta ou vc se aproxima de Deus.

O ser humano é limitado (só Deus é ilimitado) tem a razão limitada, dessa forma, muitas vezes por um apego perverso as coisas da terra, escolhe uma ilusão de bem no lugar do Verdadeiro Bem. Essa escolha tem consequências para quem a toma a decisão e para todos os outros, ou seja, há propagação do mal.

Mas a pergunta era por que Deus permite, por que não nos impede de errar? Justamente por que Ele estaria nos privando do grande privilégio de amar (nos tornaria menos meritórios de sermos amados também), pois anularia nossa liberdade.

Em uma escala menor, imaginemos um pai e seu filho. O pai em um determinado momento poderia ter escolhido nunca ter trazido o filho ao mundo por saber que esse mesmo filho tem a possibilidade de nunca amá-lo, virar um drogado ou coisa do gênero, no entanto, ele por amor ESPERA sempre o melhor de seu filho e além de trazê-lo ao mundo, o cria com muito amor.

Se esse mesmo pai pudesse e impedisse qualquer erro de seu filho ele estaria privando o pequeno de sua liberdade.

Acho que estou ficando um pouco confuso aqui e vou terminando...

O Pai celestial sabe Tudo, e sabe, antes de nos trazer à existência, que podemos, em nossa liberdade, escolher não amá-Lo e até odiá-Lo, mesmo assim, ele, por que nos Ama infinitamente exatamente pelo que somos, na Liberdade dEle, escolhe nos trazer à existência.

Graças a Deus!

Amo e Servidor

Li nesses dias Amo e Servidor, um beeelíssimo conto do Tolstoy. Em minha opinião, melhor do que A Morte de Ivan Ilicth do mesmo autor.

O motivo da minha preferência é a descrição psicológica inicial que ele faz de um dos protagonistas (o rico), ele entende bem a alma de um homem avaro que ama somente suas posses, e por elas tem um orgulho desmedido.

O que mais me agradou em Amo e Servidor, assim como em Ana Karênina e A Morte de Ivan Ilicth, foi a sensibilidade do autor em captar a essência das relações entre pessoas, do homem com Deus, do homem com a morte, do amo entre um homem e uma mulher, etc.

Eu recomendo... até por que não há como se arrepender pois vc lê rapidinho (100 paginas acho).
Um fraterno abraço a todos!

quarta-feira, julho 21, 2004

Spider man

Quem não viu ainda, eu recomendo!!

Gostei tanto que já decidi qual a fantasia que eu vou comprar pro carnaval :)

Amor e Liberdade

...o homem, pelas suas faculdades espirituais, é essencialmente abertura, comunicação, dom de si. É portanto só amando que ele se realiza como homem e é homem na medida em que ama.

...se é verdade que a pessoa tem sempre consciência de si como valor, só quando se sente amada de amor pessoal é que toma conhecimento experimental do seu valor, por que só então sente ser, valer algo para alguem...
...Amor, porém, é uma palavra vaga e muito abusada. tanto que para Sartre ele é sempre instumentalizante. Mas o amor, de que estamos falando, não é pura complacência, fruição, gozo. Ele é tensão, criação, realização. O amor verdadeiro se dirige ao outro, ao mesmo tempo como ele é e como deveria ser. O amor quer a pessoa amada sempre mais bela, mais bondosa, mais dotada, mais feliz: numa palavra, a mais realizada possível.

Portanto, se querer o outro como fim é amá-lo, querer o outro como fim é querer sua máxima realização. Realização plena de suas faculdades, de suas potencialidades, de suas aspirações. Realização plena, sobretudo, de sua liberdade, que é a característica e, num certo sentido, o constituinte da pessoa.


Tudo do Pedro Dalle Nogare (autor do livro que estou lendo)


domingo, julho 11, 2004

Amor, Corpo e Alma: uma reflexão

Pode-se achar que a exaltação à sensualidade corporal de nossos dias está ralacionada com uma super valorização do corpo, de fato, ocorre justamente o contrário!

Quando se utiliza o corpo com uma fonte de prazer sensual, separando corpo e alma, nega-se a dignidade que tem o corpo de ser a expressão material de uma pessoa humana. Coisifica-se o que é visível no indivíduo.

Na busca pela realização pessoal, acho eu, o primeiro passo deve ser alcançar o dom de si com a ajuda de Deus, ou seja, a integridade do corpo e da alma juntamente com a soberania --não despótica, mas política-- do espírito sobre o sensual (se os papeis se invertem tem-se na prática o que chamamos de tirania). Em poucas palavras, deve-se alcançar primeiro a liberdade do ser.

Nesta mesma busca, o amor, que se alimenta e se exprime no encontro do homem e da mulher, é dom de Deus, dessa forma, fica fácil entender que a banalizada expressão fazer amor terá seu significado supremo se a relação sexual for a continuação no corpo do que se realiza na vida como um todo, ou seja, a entrega de si mesmo --por amor--.

Amar uma pessoa é um ato da vontade de um espírito livre, é querer a plenitude do Bem da pessoa amada, querer tão realmente como se quereria a si mesmo -não se confunde com sentimento- e se é um querer real implica um doar-se pelo que se quer, assim, amor e entrega de si mesmo caminham juntos.

Amor implica também em crescer do "TU", logo uma diminuição relativa do "EU" diante do "TU"(considerando o "EU" de tamanho fixo ehehehe).

Assim, toda relação sexual cuja a motivação seja primordialmente o alimentar da sede do "EU" não se pode encaixar na expressão fazer amor por duas razões: não é um doar-se e sim um tomar-se; é direcionado exclusivamente ao crescer do "EU".

Contudo, a sede do "EU" é sede de amor --paradoxal isso!?-- e o que a pessoa procura também na intimidade sexual, mesmo que não perceba muitas vezes, é amor.

Um dolorozo vazio costuma crescer na alma justamente quando invertemos a ordem natural e esperamos o amor como fruto do prazer sexual, quando em verdade, ele deve ser a raiz --quiça de tudo--.

Ainda sobre o amor: quando se diz um "eu te amo" está implícito aí um "para sempre", caso contrário esquisitices como um "eu te amo até abril do ano que vem" ou "eu te amo esse fim de semana" seriam mais do que uma estúpida degeneração da língua portuguesa.
Sintetizando, trancrevo um pequeno trecho de um texto que considero uma pérola (o título deste post é link para o texto completo):

O ser humano, com efeito, é chamado ao amor como espírito encarnado, isto é, alma e corpo na unidade da pessoa. O amor humano abarca também o corpo e o corpo exprime também o amor espiritual. A sexualidade, portanto, não é qualquer coisa de puramente biológico, mas refere-se antes ao núcleo íntimo da pessoa. O uso da sexualidade como doação física tem a sua verdade e atinge o seu pleno significado quando é expressão da doação pessoal do homem e da mulher até à morte.

terça-feira, julho 06, 2004

Novo link

Adicionei mais um excelente link no site.

A ZENIT envia notícias diariamente para o email, é gratuíta e de alcance global.

segunda-feira, julho 05, 2004

Omnia licent!

Vê-se que não é coisa nova. Quando vierem me dizer novamente, que "para ser feliz Omnia Licent", "tenho que pensar em MIM primeiro" hei de completar mentalmente: Sed non omnia expediunt. “Omnia licent!”. Sed non omnia aedificant. Nemo, quod suum est, quaerat, sed quod alterius... nem tudo convém, nem tudo edifica.

E assim, na sabedoria e simplicidade da Escritura, aterra-se a tentação do egoísmo como fonte de felicidade (falsa felicidade e verdadeira tristeza).

Valeu, Fábio.

quinta-feira, julho 01, 2004

A Morte de Ivan Ilicth

É possível viver uma vida sem nunca pensar na morte --fingir que é imortal--, mas a morte chega um dia. Pensar na morte de vez em quando é mais do que útil. É necessário.

A morte nos lembra que é urgente se ter um sentido para a vida antes que esta acabe porque se a vida tem um sentido, não importa quantos anos ela dure, não será em vão. Por outro lado, chegar aos últimos momentos sem ver no que se passou um sentido digno e nobre é mais assustador que a própria morte.

Pensar na morte, creio eu, serve também para lembrar-nos do que é essencial, para se dar a devida importância ao que têm verdadeira importância --ao ser e não ao ter--, a por uma ordem racional em nossa lista de prioridades.

Vale a pena ler A Morte de Ivan Ilitch de Liev Tolstoy, em minha opinião, um livro que trata brilhantemente o tema da morte e como o homem moderno se encontra despreparado para ela.

Pensamento

Faça tudo como se tudo dependesse unicamente de você, confia em tudo como se tudo dependesse unicamente de Deus.

Santo Agostinho

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